Quando acaba o período de férias, pode ser desafiador trazer as crianças novamente à rotina de estudos, mas é imprescindível que isso aconteça, não só nos dias que antecedem as provas. Entendemos que tirar tempo diariamente para rever os assuntos estudados em sala é fator determinante para um processo de aprendizagem bem-sucedido. Isso porque existem assuntos que exigem mais tempo para absorver totalmente, é aí que a rotina de estudos faz diferença. O aluno precisa sentir que tem um suporte robusto, mais do que professores atenciosos, ou oficinas de reforço: uma família que dedica parte do seu tempo para um momento importante que é o estudo.
A cada fase de vida uma postura diferente pode ser adotada no auxílio do momento de estudos:
– De até 4 anos: acompanhe de pertinho, guie os primeiros passos aonde tudo é novo. Permita a tentativa e o erro, cuide com a entonação em relação a correções para não desestimular algo desde cedo;
– De 5 a 7 anos: Comece a investir na autonomia. Nesta faixa etária é importante que a capacidade de se concentrar seja treinada. Leia os enunciados e deixe-a realizar sozinha. Esteja pronto para tirar dúvidas, fique perto, mas não em cima. Diga que confia na capacidade da criança.
Dica importante: Se a criança precisa que você repita o enunciado tente não dizer coisas como “preste atenção!”, porque pode ser interpretado de forma vaga, banalizando a expressão.
Afinal, já parou para pensar no que consiste prestar atenção? Ainda mais para uma criança pequena? Pois é. Ao invés, tente direcionar com frases que indiquem ações: “respira fundo e sem falar nada, olha nos meus olhos, ouça o que eu vou dizer agora”. Ensine a atenção e você terá uma criança mais habilidosa na difícil arte da concentração;
– De 08 a 10 anos: Estipule um horário fixo para a realização da tarefa e certifique-se de que está sendo cumprida. Não participe ativamente da execução. Demonstre estar disponível para quaisquer dúvidas. Ao final, confira o que foi feito.
– A partir dos 11 anos: A autonomia precisa ser exercida. Verifique o horário e o cumprimento da tarefa. Nesta idade a conversa pode ser mais aberta em relação aos aprendizados e as dificuldades em algum assunto específico. É importante utilizar os instrumentos presentes no dia-a-dia como incentivo à aprendizagem. Por exemplo, demonstrar como a internet pode ser um instrumento de pesquisa para dúvidas rápidas, porém instigantes (como: o que é um eclipse? O quanto de água tem no mundo? Diferença entre fronteira, divisa e limite, etc.).
Podemos ver que a primeira metade é para dar suporte moral a fim de criar a autonomia. Depois, exercê-la com mais firmeza. Afinal, é quando a criança executa a atividade sozinha que o cérebro é capaz de absorver aquele conhecimento. Exercícios em conjunto são mais eficazes para esclarecer dúvidas mais que fixar aprendizados novos. O desafio de executar algo sozinho traz o estímulo da memória, de recorrer ao que foi visto em aula e isto é muito benéfico!
E mais: A grande dica para estabelecer relações de memória com o conteúdo em sala é “aula dada hoje, aula estudada hoje”.
Para que uma rotina de estudos seja bem sucedida ao invés de burlada, é importante conversar com a criança sobre preferências de horário. É claro que a maioria das crianças, se falassem francamente, diriam “eu prefiro não ter nenhum”. E é aí que a linguagem do adulto deve oferecer opções e delimitá-las, ao mesmo tempo:
“Você pode estudar em X horário, ou em Y horário. Qual você prefere?” Desta forma, você traz a noção de autonomia porque é ela quem escolhe o horário para o próprio estudo, mas também restringe as opções porque precisa demonstrar que o combinado deve ser cumprido. A capacidade de estipular e cumprir combinados ajuda a concretizar a disciplina.
Vale ressaltar que ao verificar as tarefas de casa e um erro surgir, não corrija! Peça para verificar e caso nada mude, deixe que a escola corrija. A família está para a rotina de estudos como incentivadora desta prática, além de demonstrar interesse pelo mundo da criança e trazer o interesse dela para o mundo – cheio de conhecimentos necessários para poder se viver bem.
Para mais informações sobre práticas saudáveis com nossas crianças, venha ao blog da Grace! Aqui nós aprendemos todos juntos.
Conte conosco e bons estudos!